Formas de acesso ao computador

Ao procurar mais sobre adaptações para portadores de necessidades especiais para a utilização de computadores, me deparei com o site Tecnologia assistiva e Comunicação alternativa. O site mantido pela Dra. Miryam Pelosi tem bastante exemplos e conceitos em tecnologia assistiva, mas vamos nos ater somente no uso de computadores.

Segundo o site,
as formas de acesso ao computador podem ser divididas em quatro grupos:
  1. Pessoas que não precisam de recursos especiais: são os usuários que apresentam alguma dificuldade de acesso mas não o suficiente para necessitar de adaptações.
  2. Pessoas que necessitam de adaptações em seu próprio corpo: são os usuários que se beneficiam de órteses colocadas nas mãos ou dedos que facilitam o teclar. Alguns necessitam de pulseira de peso para diminuir a incoorden ação e outros de faixas para restringir o movimento dos braços. A indicação desses recursos deve ser feita por um terapeuta ocupacional. Essas pessoas vão utilizar o computador sem modificações.
  3. Pessoas que necessitam de adaptações do próprio computador: são os usuários para os quais a introdução de recursos no próprio corpo não são suficientes ou não são eficazes.

ADAPTAÇÕES:

Colmeia de acrílico- colmeia é uma placa confeccionada de acrílico transparente onde são feitos furos do tamanho das teclas. A função dos furos é facilitar o acesso da criança ao teclado sem que ela aperte todas as teclas ao mesmo tempo. Es

se recurso é também utilizado para o teclado da máquina elétrica.

Teclados alternativos - Os teclados alternativos podem ser reduzidos ou ampliados. O teclado expandido possui letras maiores, em alto contraste e com menor número de informações na prancha. O teclado reduzido é utilizado quando a pessoa tem boa coordenação, mas pequena amplitude de movimento.

Teclado sensível - O teclado sensível é uma prancha que pode ser programada em zonas de tamanhos variáveis. Funciona associado a um programa que realiza a programação do número de informações, local de pressão e que pode estar ou não associado a um sintetizador de voz.

Mouse adaptado - existem vários modelos: mouse com 5 botões, cada um deles faz o cursor andar para uma direção e o último é o do click ou double click; mouse cujo movimento do cursor acontece através de rolos; mouse em formato de caneta, entre outros.

Tela sensível ao toque- onde o usuário com o dedo na tela comanda o cursor do mouse.




Fonte: http://www.tecnologiaassistiva.com.br/adcaa/

Reportagem sobre Educação Inclusiva

Achei uma reportagem/relato no site do Diário do Nordeste sobre o trabalho da educação inclusiva:

Paralisia cerebral sim, inábil e incapaz jamais

Até os 15 anos de idade, Antônio Davi Sousa de Almeida vivia isolado da convivência social. Dentro da casa de três cômodos, no Henrique Jorge, ele só sabia o que era ir da cadeira para a rede e vice-versa e interagir apenas com o casal George Cassimiro e Estela Pereira, que o criou desde bebê. Sua mãe precisava ganhar o sustento do dia-a-dia e o deixou com os dois vizinhos. A culpa de Davi para a quase prisão domiciliar? Ter paralisia cerebral.

A falta de informação levou a mãe e pais adotivos a um julgamento sem fundamento: de que ele era incapaz e o melhor a fazer era deixá-lo dentro de casa quase sem comunicação com o mundo exterior.

A história de Davi chegou ao Centro de Apoio às Mães de Portadores de Deficiência (Campe) que foi à luta e conseguiu matriculá-lo em escola municipal. Dentro da sala de aula, convivendo com jovens de sua idade, Davi comprova na prática que tem condições de aprender dentro de suas particularidades.

Atualmente, aos 19 anos, ele já ministra até palestra em defesa de crianças e adolescentes com necessidades especiais. “Quero todos na escola”, declara com ênfase.

Para a assessora pedagógica da vice-reitoria da Universidade de Fortaleza (Unifor), Adléa Lima, o caso de Davi não é exceção e todos devem ter direito à escola e à educação.

Para ela, a convivência é possível sim, desde que a escola esteja preparada em quatro colunas básicas. A primeira, relaciona, é o projeto pedagógico. A escola, salienta, deve eleger o princípio da diversidade como um dos marcos de referência, para que o currículo expresse realmente sua concretização. A segunda é que, para que esse currículo tenha vida, é preciso que a escola tenha um ambiente físico que contemple espaços e recursos apropriados para o atendimento às necessidades específicas dos alunos.

A terceira é a formação e valorização dos professores quanto aos fatores responsáveis, características das deficiências e metodologias específicas no caso das deficiências sensoriais, por exemplo. A quarta é a superação das barreiras atitudinais pela postura de respeito, acolhimento e apoio às famílias dos educandos com necessidades especiais.

“Para que isso venha acontecer há que se contar com políticas públicas que reservem verbas suficientes para investimentos pesados em todos esses aspectos citados”, analisa.

A legislação prevê, lembra Adléa, que a escola deve garantir o acesso, a permanência e o desenvolvimento para todos os educandos. Para ela, na atual conjuntura da educação brasileira já está comprovado de que a escola não está dando conta dessa missão primordial.

“Tenho construído uma história pedagógica de educação inclusiva ao longo dessas quatro décadas e no meu entendimento o princípio da diversidade também se aplica à natureza das escolas“, afirma.

Segundo Adléa, há situações complexas na área dos transtornos do desenvolvimento em que esses alunos precisam de uma rotina que respeite seu momento e sua condição. Portanto, diz, de espaços educacionais que lhe permitam encontrar a alegria de viver sem enquadramentos ou grandes exigências e até a possibilidade de manifestar sua identidade tal como pode. “Temos que avançar em busca da educação da sociedade inclusiva sem radicalismos”, explica.

VÁRZEA ALEGRE - Exemplo de superação e talento

Ele já foi destaque em matéria publicada pelo Diário do Nordeste e exibida no Fantástico, da Rede Globo. Hoje, é exemplo para todos que enfrentam as barreiras impostas pela própria deficiência e descrédito da sociedade sobre suas potencialidades.

Ricardo Oliveira, de 19 anos e aluno da 7ª série de uma escola na zona rural de Várzea Alegre, é bicampeão da Olimpíada Brasileira de Matemática e, agora, motivo de orgulho dos cearenses. É uma lição de vida e de superação. É um campeão da vida.

Nem tudo foi um mar de rosas para Ricardo. Vítima de amiotrofia espinhal, doença neurológica grave e progressiva, ele foi marcado pelo sofrimento. Foi alfabetizado pela mãe, Francisca Antônia da Conceição: “Notei que ele tinha facilidade com os números”.

Depois que aprendeu o básico — ler, escrever e as quatro operações de Matemática — ele ingressou na escola, em 2005, onde cursou a 5ª série. Seu pai, o agricultor Joaquim Oliveira, é também um companheiro. É quem o coloca na cadeira de roda ou num carrinho de mão e o leva para a escola, num trajeto de um quilômetro. Quando o inverno é mais intenso, Joaquim não pestaneja e leva o filho nos braços.

Com a fragilidade de sua doença, Ricardo não pode estar todos os dias na sala de aula, mas isso não é obstáculo para aprender. A maior parte do tempo, estuda e faz os exercícios sentado no chão de casa. “É aluno especial e, por isso, recebe tratamento diferenciado”, afirma a diretora da escola, Erileuza Gomes Jerônimo.


Para a reportagem completa acessem:

http://diariodonordeste.globo.com/materia.asp?codigo=522663




Telefones para Surdos

Uma noticia interessante:

Telefones para surdos: tecnologia inclusiva já funciona na cidade

O que há alguns anos seria inconcebível: alguém com deficiência auditiva falar ao telefone, hoje torna-se cada vez mais comum e facilitado pela existência de recursos públicos que permitem a quem possui problemas de audição se comunicar por aparelhos especialmente desenvolvidos para essas pessoas. Eles estão instalados, hoje, em várias localidades, como estações de metrô e terminais de ônibus. Nas estações Santa Cruz e Vila Mariana, do Metrô de São Paulo, por exemplo, foram instalados, recentemente, os dois primeiros aparelhos telefônicos especiais destinados às pessoas com deficiência auditiva. Os telefones são dotados de um teclado e um visor que permitem ao usuário comunicar-se com quem possua um outro aparelho especial, enviando e recebendo mensagens on-line.
Caso a pessoa necessite ligar para um aparelho comum, precisará contar com o auxílio da operadora de telefonia da cidade, empresa responsável pela instalação dos telefones. Assim, em São Paulo, ao teclar o número 1404, terá atendimento da Telefônica em sua central e será possível manter a conversação com um receptor. Haverá instalação desses aparelhos especiais nas estações em que há grande fluxo de pessoas. O objetivo é que todas as estações recebam seus telefones especiais. Paralelamente, a Central de Atendimento ao Usuário do Metrô de São Paulo, também terá instalado o seu telefone para deficiente auditivo, possibilitando aos seus clientes uma comunicação direta com o Metrô.
Outra empresa que está acompanhando essa tendência é a Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos - EMTU, que, em parceria com a Telefônica, instalou, em seus Terminais Metropolitanos, vários aparelhos de telefone públicos especiais para uso de deficientes auditivos e da fala. Foram instalados 12 aparelhos, 9 deles nos terminais do Corredor Metropolitano São Mateus - Jabaquara (Ferrazópolis - plataforma A, São Bernardo - plataforma B , Piraporinha - próximo aos sanitários públicos, Diadema - plataforma A, Jabaquara - plataforma A, Santo André Leste - plataforma C, Santo André Oeste - plataforma A, São Mateus - passarela e Sonia Maria), um no posto PEJ - Passageiro Especial Jabaquara, um no Terminal de Cotia (hall de acesso) e um no CECOM/EMTU.
Uma equipe da EMTU recebeu treinamento sobre a operação do equipamento e o disseminará entre os operadores dos terminais para que seja garantido o suporte às pessoas que fizerem uso dos telefones.
O governo do Estado de São Paulo também investiu em instalação de telefones para surdos em cinco postos de atendimento do Poupatempo. Segundo Daniel Annenberg, Superintendente do Poupatempo, há solicitação junto a Telefônica para implantação nos demais postos, além de aparelhos telefônicos especiais para pessoas com deficiência visual.
Também no Paraná, a Telepar Brasil Telecom, empresa de telefonia local, preocupada com o desenvolvimento de produtos de caráter social, providenciou instalação de cerca de 20 telefones para pessoas com deficiência auditiva naquele estado.

COMO FUNCIONA

O equipamento é conectado a um telefone público comum e acionado com uso do cartão telefônico. A pessoa com deficiência recebe por escrito, em um visor eletrônico, as informações enviadas, assim como digita suas mensagens. Se no telefone de destino houver o mesmo aparelho, a transmissão é direta. Caso a ligação seja feita para um telefone comum, um atendente recebe as mensagens e as repassa para a pessoa do outro lado da linha, bastando para isso discar o número 1404.


fonte: http://www.entreamigos.com.br/noticias/telsur.htm

TERMINOLOGIA SOBRE DEFICIÊNCIA NA ERA DA INCLUSÃO


Olá, caros colegas!

Há algum tempo achei um artigo interessante escrito pelo Romeu Kazumi Sassaki acerca da não-utilização dos termos técnicos corretos para pessoas portadoras de alguma necessidade especial. De fato, por puro preconceito, constantemente utilizamos termos errados para designar outras pessoas, baseando se apenas em esteriótipos e diferenças.

Segundo Sassaki, tais termos até podem ter consideração em função de valores sociais vigentes em diferentes épocas, mas não tira fato que a maioria da população utiliza termos obsolentos ou ineficazes, e portanto, considerados incorretos.

Logicamente, isso é gerado por uma não-informação à população, por vezes praticadas por profissionais em diversas áreas, e se tal informação lhe for sempre negada, não haverá uma mudança crítica do comportamento e do conhecimento. Segundo o autor:

"Trata-se, pois, de uma questão da maior importância em todos os países. Existe uma literatura consideravelmente grande em várias línguas. No Brasil, tem havido tentativas de levar ao público a terminologia correta para uso na abordagem de assuntos de deficiência a fim de que desencorajemos práticas discriminatórias e construamos uma verdadeira sociedade inclusiva."

Desenvolveu-se uma lista onde estão descritas as expressões comumente utilizadas, um pouco de suas origens e o termo correto a se utilizar. (Ela é um pouco grande mas vale a pena ler):

1. adolescente normal

Desejando referir-se a um adolescente (uma criança ou um adulto) que não possua uma deficiência, muitas pessoas usam as expressões adolescente normal, criança normal e adulto normal. Isto acontecia muito no passado, quando a desinformação e o preconceito a respeito de pessoas com deficiência eram de tamanha magnitude que a sociedade acreditava na normalidade das pessoas sem deficiência. Esta crença fundamentava-se na idéia de que era anormal a pessoa que tivesse uma deficiência. A normalidade, em relação a pessoas, é um conceito questionável e ultrapassado. TERMOS CORRETOS: adolescente (criança, adulto) sem deficiência ou, ainda, adolescente (criança, adulto) não-deficiente.

2. aleijado; defeituoso; incapacitado; inválido

Estes termos eram utilizados com freqüência até a década de 80. A partir de 1981, por influência do Ano Internacional das Pessoas Deficientes, começa-se a escrever e falar pela primeira vez a expressão pessoa deficiente. O acréscimo da palavra pessoa, passando o vocábulo deficiente para a função de adjetivo, foi uma grande novidade na época. No início, houve reações de surpresa e espanto diante da palavra pessoa: “Puxa, os deficientes são pessoas!?” Aos poucos, entrou em uso a expressão pessoa portadora de deficiência, freqüentemente reduzida para portadores de deficiência. Por volta da metade da década de 90, entrou em uso a expressão pessoas com deficiência, que permanece até os dias de hoje. Ver os itens 47 e 48.

3. “apesar de deficiente, ele é um ótimo aluno”

Na frase acima há um preconceito embutido: ‘A pessoa com deficiência não pode ser um ótimo aluno’. FRASE CORRETA: “ele tem deficiência e é um ótimo aluno”.

4. “aquela criança não é inteligente”

Todas as pessoas são inteligentes, segundo a Teoria das Inteligências Múltiplas. Até o presente, foi comprovada a existência de nove tipos de inteligência (lógico-matemática, verbal-lingüística, interpessoal, intrapessoal, musical, naturalista, corporal-cinestésica, visual-espacial e espiritual). FRASE CORRETA: “aquela criança é menos desenvolvida na inteligência [por ex.] lógico-matemática”.

5. cadeira de rodas elétrica

Trata-se de uma cadeira de rodas equipada com um motor. TERMO CORRETO: cadeira de rodas motorizada.

6. ceguinho

O diminutivo ceguinho denota que o cego não é tido como uma pessoa completa. A rigor, diferencia-se entre deficiência visual parcial (baixa visão ou visão subnormal) e cegueira (quando a deficiência visual é total). TERMOS CORRETOS: cego; pessoa cega; pessoa com deficiência visual; deficiente visual. Ver o item 59.

7. classe normal

TERMOS CORRETOS: classe comum; classe regular. No futuro, quando todas as escolas se tornarem inclusivas, bastará o uso da palavra classe sem adjetivá-la. Ver os itens 25 e 51.

8. criança excepcional

TERMO CORRETO: criança com deficiência intelectual. Excepcionais foi o termo utilizado nas décadas de 50, 60 e 70 para designar pessoas com deficiência intelectual. Com o surgimento de estudos e práticas educacionais nas décadas de 80 e 90 a respeito de altas habilidades ou talentos extraordinários, o termo excepcionais passou a referir-se tanto a pessoas com inteligências múltiplas acima da média [pessoas superdotadas ou com altas habilidades e gênios] quanto a pessoas com inteligência lógico-matemática abaixo da média [pessoas com deficiência intelectual] ¾ daí surgindo, respectivamente, os termos excepcionais positivos e excepcionais negativos, de raríssimo uso.

9. defeituoso físico

Defeituoso, aleijado e inválido são palavras muito antigas e eram utilizadas com freqüência até o final da década de 70. O termo deficiente, quando usado como substantivo (por ex., o deficiente físico), está caindo em desuso. TERMO CORRETO: pessoa com deficiência física. Ver os itens 10 e 11.

10. deficiências físicas (como nome genérico englobando todos os tipos de deficiência).

TERMO CORRETO: deficiências (como nome genérico, sem especificar o tipo, mas referindo-se a todos os tipos). Alguns profissionais, não-familiarizados com o campo da reabilitação, acreditam que as deficiências físicas são divididas em motora, visual, auditiva e intelectual. Para eles, deficientes físicos são todas as pessoas que têm deficiência de qualquer tipo. Ver os itens 9 e 11.

11. deficientes físicos (referindo-se a pessoas com qualquer tipo de deficiência).

TERMO CORRETO: pessoas com deficiência (sem especificar o tipo de deficiência). Ver os itens 9 e 10.

12. deficiência mental leve, moderada, severa, profunda

TERMO CORRETO: deficiência intelectual (sem especificar nível de comprometimento). A nova classificação da deficiência intelectual, baseada no conceito publicado em 1992 pela Associação Americana de Deficiência Mental, considera a deficiência intelectual não mais como um traço absoluto da pessoa que a tem e sim como um atributo que interage com o seu meio ambiente físico e humano, que por sua vez deve adaptar-se às necessidades especiais dessa pessoa, provendo-lhe o apoio intermitente, limitado, extensivo ou permanente de que ela necessita para funcionar em 10 áreas de habilidades adaptativas: comunicação, autocuidado, habilidades sociais, vida familiar, uso comunitário, autonomia, saúde e segurança, funcionalidade acadêmica, lazer e trabalho. Ver os itens 35 e 50.

13. deficiente mental (referindo-se à pessoa com transtorno mental)

TERMOS CORRETOS: pessoa com transtorno mental, paciente psiquiátrico.

14. doente mental (referindo-se à pessoa com déficit intelectual)

TERMO CORRETO: pessoa com deficiência intelectual. O termo deficiente, quando usado como substantivo (por ex.: o deficiente físico, o deficiente intelectual), tende a desaparecer, exceto em títulos de matérias jornalísticas por motivo de economia de espaço.

15. “ela é cega mas mora sozinha”

Na frase acima há um preconceito embutido: ‘Todo cego não é capaz de morar sozinho’. FRASE CORRETA: “ela é cega e mora sozinha

16. “ela é retardada mental mas é uma atleta excepcional”

Na frase acima há um preconceito embutido: ‘Toda pessoa com deficiência mental não tem capacidade para ser atleta’. FRASE CORRETA: “ela tem deficiência intelectual e se destaca como atleta

17. “ela é surda [ou cega] mas não é retardada mental”

A frase acima contém um preconceito: ‘Todo surdo ou cego tem deficiência intelectual’. Retardada mental, retardamento mental, retardo mental e deficiente mental são termos do passado. FRASE CORRETA: ela é surda [ou cega] e não tem deficiência intelectual”.

18. “ela foi vítima de paralisia infantil”

A poliomielite já ocorreu nesta pessoa (por ex., ‘ela teve pólio’). Enquanto a pessoa estiver viva, ela tem seqüela de poliomielite. A palavra vítima provoca sentimento de piedade. FRASES CORRETAS: ela teve [flexão no passado] paralisia infantile/ou ela tem [flexão no presente] seqüela de paralisia infantil”.

19. “ela teve paralisia cerebral” (referindo-se a uma pessoa viva no presente)

A paralisa cerebral permanece com a pessoa por toda a vida. FRASE CORRETA: ela tem paralisia cerebral”.

20. “ele atravessou a fronteira da normalidade quando sofreu um acidente de carro e ficou deficiente”

A normalidade, em relação a pessoas, é um conceito questionável. A palavra sofrer coloca a pessoa em situação de vítima e, por isso, provoca sentimentos de piedade. FRASE CORRETA: “ele teve um acidente de carro que o deixou com uma deficiência”.

21. ”ela foi vítima da pólio”

A palavra vítima provoca sentimento de piedade. TERMOS CORRETOS: pólio, poliomielite e paralisia infantil. FRASE CORRETA: ela teve pólio

22. “ele é surdo-cego”

GRAFIA CORRETA: ele é surdocego”. Também podemos dizer ou escrever: ele tem surdocegueira”. Ver o item 55.

23. “ele manca com bengala nas axilas”

FRASE CORRETA: “ele anda com muletas axilares”. No contexto coloquial, é correto o uso do termo muletante para se referir a uma pessoa que anda apoiada em muletas.

24. “ela sofre de paraplegia” [ou de paralisia cerebral ou de seqüela de poliomielite]

A palavra sofrer coloca a pessoa em situação de vítima e, por isso, provoca sentimentos de piedade. FRASE CORRETA: “ela tem paraplegia [ou paralisia cerebral ou seqüela de poliomielite].

25. escola normal

No futuro, quando todas as escolas se tornarem inclusivas, bastará o uso da palavra escola sem adjetivá-la. TERMOS CORRETOS: escola comum; escola regular. Ver os itens 7 e 51.

26. “esta família carrega a cruz de ter um filho deficiente”

Nesta frase há um estigma embutido: ‘Filho deficiente é um peso morto para a família’. FRASE CORRETA: esta família tem um filho com deficiência”.

27. “infelizmente, meu primeiro filho é deficiente; mas o segundo é normal”

A normalidade, em relação a pessoas, é um conceito questionável, ultrapassado. E a palavra infelizmente reflete o que a mãe pensa da deficiência do primeiro filho: ‘uma coisa ruim’. FRASE CORRETA: tenho dois filhos: o primeiro tem deficiência e o segundo não tem”.

28. intérprete do LIBRAS

TERMO CORRETO: intérprete da Libras (ou de Libras). GRAFIA CORRETA: Libras. Libras é sigla de Língua de Sinais Brasileira: Li = Língua de Sinais, bras = Brasileira. “Libras é um termo consagrado pela comunidade surda brasileira, e com o qual ela se identifica. Ele é consagrado pela tradição e é extremamente querido por ela. A manutenção deste termo indica nosso profundo respeito para com as tradições deste povo a quem desejamos ajudar e promover, tanto por razões humanitárias quanto de consciência social e cidadania. Entretanto, no índice lingüístico internacional os idiomas naturais de todos os povos do planeta recebem uma sigla de três letras como, por exemplo, ASL (American Sign Language). Então será necessário chegar a uma outra sigla. Tal preocupação ainda não parece ter chegado na esfera do Brasil”, segundo CAPOVILLA (comunicação pessoal). Ver os itens 31, 32 e 33.

29. inválido (referindo-se a uma pessoa)

A palavra inválido significa sem valor. Assim eram consideradas as pessoas com deficiência desde a Antiguidade até o final da Segunda Guerra Mundial. TERMO CORRETO: pessoa com deficiência.

30. lepra; leproso; doente de lepra

TERMOS CORRETOS: hanseníase; pessoa com hanseníase; doente de hanseníase. Prefira o termo as pessoas com hanseníase ao termo os hansenianos. A lei federal nº 9.010, de 29-3-95, proíbe a utilização da palavra lepra e seus derivados, na linguagem empregada nos documentos oficiais. Alguns dos termos derivados e suas respectivas versões oficiais são: leprologia (hansenologia), leprologista (hansenologista), leprosário ou leprocômio (hospital de dermatologia), lepra lepromatosa (hanseníase virchoviana), lepra tuberculóide (hanseníase tuberculóide), lepra dimorfa (hanseníase dimorfa), lepromina (antígeno de Mitsuda), lepra indeterminada (hanseníase indeterminada). A palavra hanseníase deve ser pronunciada com o h mudo [como em haras, haste, harpa]. Mas, pronuncia-se o nome Hansen (do médico e botânico norueguês Armauer Gerhard Hansen) com o h aspirado.

31. LIBRAS - Linguagem Brasileira de Sinais

GRAFIA CORRETA: Libras. TERMO CORRETO: Língua de Sinais Brasileira. Trata-se de uma língua e não de uma linguagem. Segundo CAPOVILLA [comunicação pessoal],Língua de Sinais Brasileira é preferível a Língua Brasileira de Sinais por uma série imensa de razões. Uma das mais importantes é que Língua de Sinais é uma unidade, que se refere a uma modalidade lingüística quiroarticulatória-visual e não oroarticulatória-auditiva. Assim, há Língua de Sinais Brasileira. porque é a língua de sinais desenvolvida e empregada pela comunidade surda brasileira. Não existe uma Língua Brasileira, de sinais ou falada”. Ver os itens 28, 32 e 33.

32. língua dos sinais

TERMO CORRETO: língua de sinais. Trata-se de uma língua viva e, por isso, novos sinais sempre surgirão. A quantidade total de sinais não pode ser definitiva. Ver os itens 28, 31 e 33.

33. linguagem de sinais

TERMO CORRETO: língua de sinais. A comunicação sinalizada dos e com os surdos constitui um língua e não uma linguagem. Já a comunicação por gestos, envolvendo ou não pessoas surdas, constitui uma linguagem gestual. Uma outra aplicação do conceito de linguagem se refere ao que as posturas e atitudes humanas comunicam não-verbalmente, conhecido como a linguagem corporal. Ver os itens 28, 31 e 32.

34. Louis Braile

GRAFIA CORRETA: Louis Braille. O criador do sistema de escrita e impressão para cegos foi o educador francês Louis Braille (1809-1852), que era cego. Ver os itens 52 e 53.

35. mongolóide; mongol

TERMOS CORRETOS: pessoa com síndrome de Down, criança com Down, uma criança Down. As palavras mongol e mongolóide refletem o preconceito racial da comunidade científica do século 19. Em 1959, os franceses descobriram que a síndrome de Down era um acidente genético. O termo Down vem de John Langdon Down, nome do médico inglês que identificou a síndrome em 1866. “A síndrome de Down é uma das anomalias cromossômicas mais freqüentes encontradas e, apesar disso, continua envolvida em idéias errôneas... Um dos momentos mais importantes no processo de adaptação da família que tem uma criança com síndrome de Down é aquele em que o diagnóstico é comunicado aos pais, pois esse momento pode ter grande influência em sua reação posterior.” (MUSTACCHI, 2000, p. 880). Ver os itens 12 e 50.

36. mudinho

Quando se refere ao surdo, a palavra mudo não corresponde à realidade dessa pessoa. O diminutivo mudinho denota que o surdo não é tido como uma pessoa completa. TERMOS CORRETOS: surdo; pessoa surda; pessoa com deficiência auditiva. Há casos de pessoas que ouvem (portanto, não são surdas) mas têm um distúrbio da fala (ou deficiência da fala) e, em decorrência disso, não falam. Ver os itens 46, 56 e 57.

37. necessidades educativas especiais

TERMO CORRETO: necessidades educacionais especiais. A palavra educativo significa algo que educa. Ora, necessidades não educam; elas são educacionais, ou seja, concernentes à educação (SASSAKI, 1999). O termo necessidades educacionais especiais foi adotado pelo Conselho Nacional de Educação / Câmara de Educação Básica (Resolução nº 2, de 11-9-01, com base no Parecer CNE/CEB nº 17/2001, homologado pelo MEC em 15-8-01).

38. o epilético

TERMOS CORRETOS: a pessoa com epilepsia, a pessoa que tem epilepsia. Evite fazer a pessoa inteira parecer deficiente.

39. o incapacitado

TERMO CORRETO: a pessoa com deficiência. A palavra incapacitado é muito antiga e era utilizada com freqüência até a década de 80.

40. o paralisado cerebral

TERMO CORRETO: a pessoa com paralisia cerebral. Prefira sempre destacar a pessoa em vez de fazer a pessoa inteira parecer deficiente.

41. “paralisia cerebral é uma doença”

FRASE CORRETA: “paralisia cerebral é uma condição” Muitas pessoas confundem doença com deficiência.

42. pessoa normal

TERMO CORRETO: pessoa sem deficiência; pessoa não-deficiente. A normalidade, em relação a pessoas, é um conceito questionável e ultrapassado.

43. pessoa presa [confinada, condenada] a uma cadeira de rodas

TERMOS CORRETOS: pessoa em cadeira de rodas; pessoa que anda em cadeira de rodas; pessoa que usa cadeira de rodas. Os termos presa, confinada e condenada provocam sentimentos de piedade. No contexto coloquial, é correto o uso dos termos cadeirante e chumbado.

44. pessoas ditas deficientes

TERMO CORRETO: pessoas com deficiência. A palavra ditas, neste caso, funciona como eufemismo para negar ou suavizar a deficiência, o que é preconceituoso.

45. pessoas ditas normais

TERMOS CORRETOS: pessoas sem deficiência; pessoas não-deficientes. Neste caso, o termo ditas é utilizado para contestar a normalidade das pessoas, o que se torna redundante nos dias de hoje.

46. pessoa surda-muda

GRAFIAS CORRETAS: pessoa surda ou, dependendo do caso, pessoa com deficiência auditiva. Quando se refere ao surdo, a palavra mudo não corresponde à realidade dessa pessoa. A rigor, diferencia-se entre deficiência auditiva parcial (quando há resíduo auditivo) e surdez (quando a deficiência auditiva é total). Ver o item 36.

47. portador de deficiência

TERMO CORRETO: pessoa com deficiência. No Brasil, tornou-se bastante popular, acentuadamente entre 1986 e 1996, o uso do termo portador de deficiência (e suas flexões no feminino e no plural). Pessoas com deficiência vêm ponderando que elas não portam deficiência; que a deficiência que elas têm não é como coisas que às vezes portamos e às vezes não portamos (por exemplo, um documento de identidade, um guarda-chuva). O termo preferido passou a ser pessoa com deficiência. Ver os itens 2 e 48.

48. PPD’s

GRAFIA CORRETA: PPDs. Não se usa apóstrofo para designar o plural de siglas. A mesma regra vale para siglas como ONGs (e não ONG’s). No Brasil, tornou-se bastante popular, acentuadamente entre 1986 e 1996, o uso do termo pessoas portadoras de deficiência. Hoje, o termo preferido passou a ser pessoas com deficiência, motivando o desuso da sigla PPDs. Devemos evitar o uso de siglas em seres humanos. Ver os itens 2 e 47.

49. quadriplegia; quadriparesia

TERMOS CORRETOS: tetraplegia; tetraparesia. No Brasil, o elemento morfológico tetra tornou-se mais utilizado que o quadri. Ao se referir à pessoa, prefira o termo pessoa com tetraplegia (ou tetraparesia) no lugar de o tetraplégico ou o tetraparético.

50. retardo mental, retardamento mental

TERMO CORRETO: deficiência intelectual. São pejorativos os termos retardado mental, mongolóide, mongol, pessoa com retardo mental, portador de retardamento mental, portador de mongolismo etc. São obsoletos os termos: deficiência mental dependente/custodial, deficiência mental treinável/adestrável, deficiência mental educável. Ver os itens 12 e 35.

51. sala de aula normal

TERMO CORRETO: sala de aula comum. Quando todas as escolas forem inclusivas, bastará o termo sala de aula sem adjetivá-lo. Ver os itens 7 e 25.

52. sistema inventado por Braile

GRAFIA CORRETA: sistema inventado por Braille. O nome Braille (de Louis Braille, inventor do sistema de escrita e impressão para cegos) se escreve com dois l (éles). Braille nasceu em 1809 e morreu aos 43 anos de idade. Ver os itens 34, 53 e 58.

53. sistema Braille

GRAFIA CORRETA: sistema braile. Conforme MARTINS (1990), grafa-se Braille somente quando se referir ao educador Louis Braille. Por ex.: ‘A casa onde Braille passou a infância (...)’. Nos demais casos, devemos grafar: [a] braile (máquina braile, relógio braile, dispositivo eletrônico braile, sistema braile, biblioteca braile etc.) ou [b] em braile (escrita em braile, cardápio em braile, placa metálica em braile, livro em braile, jornal em braile, texto em braile etc.). Ver os itens 34, 52 e 58.

54. “sofreu um acidente e ficou incapacitado”

FRASE CORRETA: “teve um acidente e ficou deficiente”. A palavra sofrer coloca a pessoa em situação de vítima e, por isso, provoca sentimentos de piedade.

55. surdez-cegueira

GRAFIA CORRETA: surdocegueira. É um dos tipos de deficiência múltipla. Ver o item 22.

56. surdinho

TERMOS CORRETOS: surdo; pessoa surda; pessoa com deficiência auditiva. O diminutivo surdinho denota que o surdo não é tido como uma pessoa completa. Os próprios cegos gostam de ser chamados cegos e os surdos de surdos, embora eles não descartem os termos pessoas cegas e pessoas surdas. Ver os itens 36, 46 e 57.

57. surdo-mudo

GRAFIAS CORRETAS: surdo; pessoa surda; pessoa com deficiência auditiva. Quando se refere ao surdo, a palavra mudo não corresponde à realidade dessa pessoa. A rigor, diferencia-se entre deficiência auditiva parcial (quando há resíduo auditivo) e surdez (quando a deficiência auditiva é total). Evite usar a expressão o deficiente auditivo. Ver os itens 36, 46 e 56.

58. texto (ou escrita, livro, jornal, cardápio, placa metálica) em Braille

TERMOS CORRETOS: texto em braile; escrita em braile; livro em braile; jornal em braile; cardápio em braile; placa metálica em braile. Ver o item 53

59. visão sub-normal

GRAFIA CORRETA: visão subnormal. TERMO CORRETO: baixa visão. É preferível baixa visão a visão subnormal. A rigor, diferencia-se entre deficiência visual parcial (baixa visão) e cegueira (quando a deficiência visual é total). Ver o item 6.

fonte:
http://www.educacaoonline.pro.br/art_terminologia_sobre_deficiencia.asp?f_id_artigo=577

O que é educação inclusiva ?

A educação inclusiva é um processo em que se amplia à participação de todos os estudantes nos estabelecimentos de ensino regular. Trata-se de uma reestruturação da cultura, da prática e das políticas vivenciadas nas escolas de modo que estas respondam à diversidade de alunos. É uma abordagem humanística, democrática que percebe o sujeito e suas singularidades, tendo como objetivos o crescimento, a satisfação pessoal e a inserção social de todos.

A Educação Inclusiva atenta à diversidade inerente à espécie humana, busca perceber e atender as necessidades educativas especiais de todos os sujeitos-alunos, em salas de aulas comuns, em um sistema regular de ensino, de forma a promover a aprendizagem e o desenvolvimento pessoal de todos. A educação inclusiva aponta para uma sociedade inclusiva.

Olá, caros colegas!!!

Neste primeiro post, vou explicar o porquê do nome deste blog: "inclusão tecnológica e educação".
Primeiramente, sou estudante da área de tecnologia, neste caso, a licenciatura de computação. Por ser da licenciatura, eu me envolvo na área da educação, da inclusão digital e social e do direito para que todos tenham acesso a informação, bem quanto a sua correta utilização.
Este blog abordará alguns conceitos sobre a educação inclusiva com um enfoque em tecnologia, e lógico, algumas matérias e reportagens abordando o assunto.

Espero que gostem!
Até...